QUANDO FICAR CALADO?

Como falar é bom, mas FICAR CALADO é uma atitude a ser tomada em momentos pertinentes. No passado, livrou muitos de apuros, sendo ainda mais imprescindível na atualidade. A sabedoria milenar indica que: "Deus deu ao homem dois ouvidos e uma só boca, para que ele ouvisse mais e falasse menos."

Um dos segredos da excelência emocional é: "Falar pouco, ouvir muito e só abrir a boca para falar o necessário." É evidente que não incentivo aqui o silêncio permanente, pois ninguém em sã consciência conseguirá passar muito tempo sem se comunicar. O que defendo é não falar demais.

Vamos exemplificar de forma fictícia, para pedagogicamente encravar a "ideia aqui exposta" no coração do leitor a respeito de manter a boca fechada em certos casos:

• "A", um pernambucano, avista, ao dirigir na cidade de Recife, um cidadão "B", que é baiano e reside em Salvador. Ocorre que o baiano não viu o amigo pernambucano. Passado um tempo, sem ter havido nenhuma comunicação, eles se encontram ocasionalmente em Recife, numa praia qualquer, com as respectivas esposas. Eis que "A" afirma que tinha avistado o amigo em Recife no mês passado, quando a esposa de "B" perguntou a ele o que estava fazendo em Pernambuco, pois ele disse que tinha viajado para Alagoas e não para aquele estado. O clima ficou um tanto pesado, mas depois se dissipou após algumas explicações. O problema não era de "A" e poderia ter tomado sérias proporções, trazendo-lhe chateações.

É apenas um exemplo hipotético, mas já observei na prática situações parecidas com a narrativa.

Eu não falo tudo o que observo. Para que?

A discrição é uma qualidade que nos protege de aborrecimentos, assim como não precisaremos explicar aquilo que não falamos.

Ter cuidado com o que se fala é imperativo, especialmente nas seguintes situações:

1. VIDA AMOROSA: Falar em público sobre o relacionamento amoroso não é correto. Tal questão é privativa do casal e não deve ser comentada com todos. E, se for preciso desabafar, tem de ser com poucos, e assim mesmo com alguém que já tenha passado pelo teste da confiança e amizade.
2. PRÓXIMOS PROJETOS: O segredo é necessário no que tange aos próximos passos; ou seja, deves privatizar o que pretendes realizar. Eu cometi, no passado, alguns equívocos nesta área, pois falava para qualquer um o que tencionava fazer no futuro. Ocorre que, após algumas decepções, constatei que devemos ficar calados antes dos sonhos serem concretizados. Como dizem os empreendedores: "O segredo é a alma do negócio."
3. GUARDE TUAS REALIZAÇÕES PARA TI OU PARA POUCOS: Para que fazer propaganda de todas as conquistas? Infelizmente, nem todos entenderão e até mesmo aceitarão os triunfos alheios, sobretudo em um mundo tão difícil para qualquer tipo de progresso. Deixe que os outros tomem conhecimento de seu êxito de outra forma. Difícil aceitar, mas muitos não conseguem conviver com o sucesso de outrem.
4. NÃO FALE O QUANTO GANHA: Por menor que sejam seus rendimentos, não devem ser divulgados. Primeiro, porque é uma coisa que só diz respeito a você ou a uma pessoa de sua inteira confiança. Segundo, evitarás alguns comentários inconvenientes sobre algo que não tem a mínima necessidade de ser exposto.

Ficar calado evitará que possamos entrar em litígios desnecessários. É interessante que o livro bíblico de Provérbios 17:28 (versão NTLH) recomenda o quanto ficar calado é salutar, ao preceituar que: "Até um tolo* pode passar por sábio e inteligente se ficar calado." Essa citação forte indica o quanto é conveniente a moderação na linguagem, atestando que até um tolo pode ser exaltado ao não falar bobagens ou conversar demais.

Por outro lado, sugerimos FALAR quando:

• Edificar o semelhante.
• Ensinar o bom caminho.
• Alegrar alguém.
• As conversas forem sadias e proveitosas.
• Abrir a boca for mais do que necessário.

Assim, devemos assimilar de uma vez por todas que: HÁ TEMPO DE FICAR CALADO E TEMPO DE FALAR (ECLESIASTES 3.7^b). 

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* A palavra "tolo" significa "um sujeito insensato, sem coerência". A Bíblia indica que é "alguém que despreza a Palavra de Deus". Faltam ao tolo bom senso e visão, em não perceber o impacto dos seus atos inconsequentes.