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sábado, 29 de fevereiro de 2020

FALSA ALEGRIA (SÍNDROME DO PALHAÇO TRISTE).


“Tenho lhes dito estas palavras para que a minha alegria esteja em vocês e a alegria de vocês seja completa. (João 15,11 - NVI)


Há uma história fictícia bem interessante, que passo a transcrevê-la: Um homem vai ao médico, e diz que está deprimido. Afirma que a vida parece dura e cruel. Conta que se sente só num mundo ameaçador, vago e incerto. O médico responde: “O tratamento é simples. O grande palhaço Pagliacci está na cidade, assista ao espetáculo. Isso deve animá-lo.” O homem chora bastante, e diz: “Mas, Doutor...Eu sou o Pagliacci.”[1]
Tal história representa muito bem os tempos atuais, onde a falsa alegria torna-se comum em várias situações existenciais. Muitos escondem suas tristezas, tornando-se prisioneiras psicologicamente de sentimentos camuflados, o que pode trazer muita infelicidade e uma vida amarga.
No carnaval, uma Festa bem popular no Brasil, esta alegria falseada vem à tona com bem mais ênfase. Recentemente, presenciei uma reportagem televisiva sobre o carnaval numa grande cidade deste país, onde pessoas em arroubos[2] de euforia, afirmavam que estavam muito felizes, e que o carnaval era uma festa maravilhosa. Comecei a meditar sobre aquilo, e como um conhecedor regular de psicologia e de certas feições[3] humanas, já que o corpo também fala, pude verificar exageros naquelas pessoas, ao extrapolarem “alegrias acentuadas”, denotando para um bom entendedor, que aquilo não condizia com a verdade de seus interiores.
Alguém pode perguntar: Mas o carnaval não traz alegria de verdade?
Respondemos automaticamente: Na grande maioria dos casos não!
A alegria verdadeira não vem de fora, pois se aquilo que te faz contente, não estiver mais ao teu alcance, o que ocorrerá?
O carnaval, sem adentrarmos no fato desta festa ser uma comemoração predominantemente pagã,[4] não dura mais do que quatro dias, excetuando-se as prévias e eventos repetitivos atinentes a mesma, e perguntamos: O que fica depois?
Melancolia, decepções, traições, abatimentos, ressacas, ressentimentos, doenças sexuais, gravidez indesejada e uma grande série de problemas emocionais. Forte tal constatação? Creio que não, basta apenas um estudo mais apurado sobre as consequências desta festa.
Por que eu notei na citada reportagem, falsidades nas entrevistas?
Ocorre que eu verifiquei entusiasmos involuntários e exagerados, no sentindo de demonstrar uma alegria maquiada da verdade. O contentamento pessoal verdadeiro é tranquilo, sincero, notório e dissociado de “Euforia forçada” e de “Falsas intenções”
Reconhecemos uma pessoa feliz por suas atitudes, quando observamos seus comportamentos rotineiros, e não especificamente, no lado profissional ou em algumas circunstâncias públicas, pois numa “atuação teatral”, ao agir como um ator na sociedade, pode camuflar o que está realmente acontecendo no âmago do coração. Este agir falseado e teatral tem-se aumentado em demasia com a proliferação das “Redes Sociais” na internet.
Testemunhei uma ocasião, digamos até “tragicômica”, e que foi a seguinte: Estava num determinado shopping, sentado e observando as pessoas passarem, quando uma moça me chamou atenção, e ela caminhava, entre triste e irritada, e para minha surpresa, aquela moça parou, tirando um aparelho celular da bolsa e fez uma selfie de seu rosto, mudando totalmente a sua feição ao estampar um belo sorriso. E depois de tirar aquela fotografia, continuou o seu trajeto, com uma expressão fechada como dantes.
Amigos, onde estamos chegando?
Os sentimentos estão sendo disfarçados, e muitos destes dissociados da verdade, pelo menos no campo emocional, tentando enganar os semelhantes, e o mais lamentável: a si próprio.
Reconhecemos, que neste mundo não temos como ter alegria com frequência, mas o grande problema é quando uma permanente tristeza toma conta do ser, onde muitos dissimulam as emoções, mostrando aquilo que não é verídico, e em alguns casos, tornando-se reféns de doenças psicossomáticas advindas de descontroles emocionais.
Admitir, acatar e respeitar as emoções, sejam eles boas ou más é um comportamento saudável e salutar, para que possamos elaborar uma maturidade correta. Demonstrar alegria quando estamos sofrendo é prejudicial a alma, pois além de esconder sofrimento, mostrará a outrem que não precisamos de socorro. Cuidado com esta postura, para que você não se torne um Palhaço Triste, como o descrito na narrativa introdutória do texto.
Enfim, onde buscar a alegria verdadeira?
A Bíblia prontamente responde: “Feliz é aquele que confia no Senhor” (Provérbios 15.20b – Nova Versão Internacional). Não termos felicidade, se de Deus não recebermos esta porção do seu inesgotável amor. Felicidade e Alegria atrelada ao mundo, não terá uma base sólida, pois como já foi explanado: O que será de uma pessoa, se aquilo que lhe dá mais alegria, não estiver mais próximo ou tiver definitivamente saído de sua presença.
A alegria que vem do SENHOR é intensa, única, graciosa, especial e serena, e não está vinculada as circunstâncias existenciais. A paz que excede todo o entendimento (Filipenses 4.7), guarda o coração daquele que confia nos propósitos de Deus. Procure a alegria no local correto: Os Braços de Deus; pois, assim, terás um extraordinário e evidente contentamento, que nunca poderá advir de fonte humana.
O vazio da alma humana só quem preenche é Deus, e a ALEGRIA que o Altíssimo nos oferece é única e inteiramente verdadeira, portanto: Alegrem-se sempre no Senhor. Novamente direi: alegrem-se!” (Filipenses 4.4).

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[1] Personagem Rorschach. Série Watchmen – De Alan Moore.
[2] Arrebatamentos, ímpetos, rasgos, impulsos.
[3] Aparências, semblantes, expressões.
[4] Ímpia, profana, descrente.

sábado, 22 de fevereiro de 2020

AGINDO CONTRA A ANSIEDADE


"A ansiedade nunca fortalece você para o amanhã. Ela apenas o enfraquece para o dia de hoje." (J. Blanchard)


A palavra ansiedade possui algumas definições, tais como: aflição, angústia, agonia, ausência de tranquilidade, entre outras. Metaforicamente afirmando, ansiedade é como se fosse um juro cobrado e pago antecipadamente, sobre um débito ainda não vencido.
Quando a Bíblia preceitua que para cada dia a própria preocupação,[1] evidencia que devemos viver cada dia, e deixar o futuro nas mãos de um bom e diligente Deus.
Reconhecemos o quanto é difícil não preocupar-se com o amanhã. Até porque, ninguém encontra-se totalmente imune a tal pensamento, já que somos humanos. A preocupação normal com a existência, estimulará uma prevenção lógica e equilibrada quanto ao futuro. Contudo, em excesso fará muito mal, levando uma pessoa a ter ações desconexas e prejudiciais a um desenvolvimento social e vivencial adequado.
Tenha sempre Deus em sua caminhada, rogando a ELE o controle racional das emoções. Coloque na mente que ao exceder-se na ansiedade, viverás previamente e de forma nociva um futuro antes que ele exista.
Na boa harmonia com o SENHOR, teremos a força necessária para nos conduzir diariamente, no intuito de possuir uma vida equilibrada, livre das amarras da ansiedade, e como bem constatou D. L. Moody: "Tudo que precisamos fazer é entrar em sua paz." 
Desta forma, vamos obedecer o conselho de Deus, que é: VIVER O HOJE, E DEIXAR O AMANHÃ PARA A SUA SANTA PROVIDÊNCIA.[2]

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[1] Mateus 6.34: Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã trará as suas próprias preocupações. Basta a cada dia o seu próprio mal;
[2] Ação pela qual Deus dirige o curso dos acontecimentos, de maneira que as criaturas realizem o seu fim.

sábado, 15 de fevereiro de 2020

MARIA DE NAZARÉ. UMA MULHER MUITO ESPECIAL!


"Antes de conceber o Verbo Divino, foste digna de ser Mãe de Jesus Cristo." (São Tomas de Vilanova)


Discorrer sobre Maria, Mãe de Jesus, traz alegria e prazer, mas também muita responsabilidade, sob pena de incorrermos no erro da idolatria ou em negligenciar o grande valor de uma mulher fascinante.
Maria foi uma mulher especial, já que guardar o "Salvador" por nove meses no ventre, não seria uma virtude para qualquer uma. O próprio Anjo Gabriel, conforme delineado em Lucas 1.28, atentou para este fator, quando sentenciou "Bendita és tu entre as mulheres." Maria, equilibradamente, considerou que o nascimento de Jesus era um milagre divino, e que ela foi escolhida graciosamente para tão extraordinária e maravilhosa finalidade. Maria prontificou-se a cumprir plenamente a missão recebida de Deus, quando respondeu ao anjo mensageiro: "Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra" (Lucas 1.38).  Ela se mostrou obediente, fiel e respeitosa aos insondáveis propósitos de Deus. 
O Senhor quando escolhe alguém para firmar os seus desígnios, faz da melhor maneira. E Deus quando delega algo muito importante, sempre ACERTA NO ALVO, e assim procedeu com Maria. Ela mostrou graça perante o divino (Lucas 1.30), ficando isto demonstrado amplamente, pois Deus também se agradou de seu testemunho existencial.
Martinho Lutero, numa religiosidade equivocada, aprendeu que precisava fazer penitência e pagar por seus pecados. Por isso, ele se esforçava muito para agradar a Deus, mas a cada dia que passava, ele descobria que isso não era o bastante, já que não lhe dava paz e a segurança da salvação. Martinho Lutero se tornou monge e estudou muito a Bíblia. Um dia ele leu Romanos 1.17[1] e descobriu que para ser salvo, bastava ter fé! Não sendo preciso pagar por mais nada, porque Jesus já pagou por todos que o aceitassem, e que tão somente a preciosa fé no nazareno, poderia lhe oferecer a segurança da salvação. 
Maria, séculos antes de Martinho Lutero nascer, já sabia na prática o significado da palavra FÉ, quando acreditou piamente no que o Anjo lhe anunciou, e na qualidade de uma mulher justa, temente e instruída numa espiritualidade correta, assimilou instantaneamente o ministério estabelecido por Deus para sua vida, não pestanejando e nem tentando argumentar qualquer coisa contrária ao que o "Mensageiro do Altíssimo" lhe transmitia.
Maria se mostrou devota, piedosa, boa, obediente e acima de tudo, possuidora de confiança total no seu Deus. A sua fé tornava-a justa perante Deus, sendo tal sentimento um elemento indispensável e justificável, para todo aquele que deseja viver perante o senhorio do Altíssimo.   
Maria teve momentos alegres e angustiantes, peculiares a todas que viveram ou vivem neste planeta tão conturbado, todavia, ela guardou a fé, e foi parte importante na engrenagem redentora para um mundo tão materializado no pecado. Ela, de forma tão complacente, recebeu a incumbência divina de gerar o ser mais importante que aportou neste mundo: JESUS CRISTO. Daí, firmemente, educou o filho tão especial na Lei de Deus, para que ele estivesse pronto para a maior obra missionária do universo, ou seja, nos regenerar de todos os pecados cometidos, e obtermos a plena salvação no SENHOR, e que pudéssemos receber a tão preciosa vida eterna.   
Ela sabia de sua condição especial e única, mas nem por isso ousou sobrepujar Jesus, e já por ocasião do primeiro milagre do Mestre nas BODAS DO CANÁ,[2] ela reconheceu a divindade do nazareno, como o único ser ali presente, com a efetiva condição de proceder qualquer milagre, quando ela convocou aos servos que fizessem tudo o que Jesus mandasse (João 2.5), tendo o mestre ordenado que eles preenchessem os vasilhames com água, e assim foi efetuado a transformação em vinho. Desta forma, Jesus Cristo principiou os seus milagres (João 2.11), manifestando a sua glória, e os seus discípulos creram Nele. Tal episódio evidencia o respeito que Maria nutria pelo seu filho, acatando a condição divina do mesmo, identificando assim, o quanto essa mulher era ILUMINADA, já que ela reconheceu em Jesus uma condição especial que distinguia de todos que ali estavam, inclusive dela própria.
O certo é que esta mulher extraordinária agradou em muito a Deus, honrando de sobremaneira a tão preciosa escolha do Altíssimo. O mais impactante é que Maria esteve ao lado do seu amado filho, nos bons e piores momentos, desde o nascimento até a morte na cruz e por ocasião da ASCENSÃO AOS CÉUS DE JESUS,[3] ela e outras pessoas perseveraram em oração.[4]
A importância de Maria deve ser distinguida, pois ela como uma serva fiel, no que estava ao seu alcance, procedeu da melhor forma que agradasse ao seu Deus, e no seu famoso CÂNTICO ela admitiu alegremente: "A minha alma engrandece ao Senhor. E o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador; porque olhou para a humilhação de sua serva; pois desde agora todas as gerações me chamarão bem aventurada."[5]
Assim, Maria de Nazaré, deve ser reconhecida por todos como: UM SER ESPECIAL E A MAIS BEM AVENTURADA ENTRE AS MULHERES.

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[1] Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá pela fé.
[2] Bodas de Caná da Galileia é um episódio bíblico narrado no evangelho de João 2.1-11. A transformação da água em vinho durante estas bodas é considerado como o primeiro dos milagres de Jesus.
[3] A Ascensão de Jesus foi um evento na vida do mestre, relatado no Novo Testamento, onde mostra Jesus ressuscitado e elevado aos céus com seu corpo físico, na presença de onze de seus apóstolos, ocorrendo no quadragésimo dia da ressurreição.
[4] Atos 1.14: Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, e Maria mãe de Jesus, e com seus irmãos.
[5] O Cântico de Maria (Lucas 1.46-48) – Bíblia Católica de Jerusalém e Bíblia Sagrada Anote Evangélica (Editora Central Gospel).