“Tenho lhes dito estas palavras para que
a minha alegria esteja em vocês e a alegria de vocês seja completa.” (João 15,11 - NVI)
Há uma história fictícia bem interessante, que
passo a transcrevê-la: Um homem vai ao médico, e diz que está deprimido. Afirma
que a vida parece dura e cruel. Conta que se sente só num mundo ameaçador, vago
e incerto. O médico responde: “O
tratamento é simples. O grande palhaço Pagliacci está na cidade, assista ao
espetáculo. Isso deve animá-lo.” O homem chora bastante, e diz: “Mas,
Doutor...Eu sou o Pagliacci.”[1]
Tal história representa muito bem os
tempos atuais, onde a falsa alegria torna-se comum em várias situações
existenciais. Muitos escondem suas tristezas, tornando-se prisioneiras
psicologicamente de sentimentos camuflados, o que pode trazer muita
infelicidade e uma vida amarga.
No carnaval, uma Festa bem popular no
Brasil, esta alegria falseada vem à tona com bem mais ênfase. Recentemente,
presenciei uma reportagem televisiva sobre o carnaval numa grande cidade deste
país, onde pessoas em arroubos[2] de euforia, afirmavam que estavam muito
felizes, e que o carnaval era uma festa maravilhosa. Comecei a meditar sobre
aquilo, e como um conhecedor regular de psicologia e de certas feições[3]
humanas, já que o corpo também fala, pude verificar exageros naquelas pessoas,
ao extrapolarem “alegrias acentuadas”, denotando para um bom entendedor, que
aquilo não condizia com a verdade de seus interiores.
Alguém pode perguntar: Mas o carnaval
não traz alegria de verdade?
Respondemos automaticamente: Na grande
maioria dos casos não!
A alegria verdadeira não vem de fora,
pois se aquilo que te faz contente, não estiver mais ao teu alcance, o que
ocorrerá?
O carnaval, sem adentrarmos no fato
desta festa ser uma comemoração predominantemente pagã,[4] não dura mais do que
quatro dias, excetuando-se as prévias e eventos repetitivos atinentes a mesma,
e perguntamos: O que fica depois?
Melancolia, decepções, traições,
abatimentos, ressacas, ressentimentos, doenças sexuais, gravidez indesejada e
uma grande série de problemas emocionais. Forte tal constatação? Creio que não,
basta apenas um estudo mais apurado sobre as consequências desta festa.
Por que eu notei na citada reportagem,
falsidades nas entrevistas?
Ocorre que eu verifiquei entusiasmos involuntários
e exagerados, no sentindo de demonstrar uma alegria maquiada da verdade. O
contentamento pessoal verdadeiro é tranquilo, sincero, notório e dissociado de
“Euforia forçada” e de “Falsas intenções”
Reconhecemos uma pessoa feliz por suas
atitudes, quando observamos seus comportamentos rotineiros, e não
especificamente, no lado profissional ou em algumas circunstâncias públicas,
pois numa “atuação teatral”, ao agir como um ator na sociedade, pode camuflar o
que está realmente acontecendo no âmago do coração. Este agir falseado e
teatral tem-se aumentado em demasia com a proliferação das “Redes Sociais” na
internet.
Testemunhei uma ocasião, digamos até
“tragicômica”, e que foi a seguinte: Estava num determinado shopping,
sentado e observando as pessoas passarem, quando uma moça me chamou atenção, e
ela caminhava, entre triste e irritada, e para minha surpresa, aquela moça
parou, tirando um aparelho celular da bolsa e fez uma selfie de seu rosto,
mudando totalmente a sua feição ao estampar um belo sorriso. E depois de tirar
aquela fotografia, continuou o seu trajeto, com uma expressão fechada como
dantes.
Amigos, onde estamos chegando?
Os sentimentos estão sendo disfarçados,
e muitos destes dissociados da verdade, pelo menos no campo emocional, tentando enganar
os semelhantes, e o mais lamentável: a si próprio.
Reconhecemos, que neste mundo não temos como ter alegria
com frequência, mas o grande problema é quando uma permanente tristeza toma
conta do ser, onde muitos dissimulam as emoções, mostrando aquilo que não é
verídico, e em alguns casos, tornando-se reféns de doenças psicossomáticas
advindas de descontroles emocionais.
Admitir, acatar e respeitar as
emoções, sejam eles boas ou más é um comportamento saudável e salutar, para que
possamos elaborar uma maturidade correta. Demonstrar alegria quando estamos
sofrendo é prejudicial a alma, pois além de esconder sofrimento, mostrará a
outrem que não precisamos de socorro. Cuidado com esta postura, para que você
não se torne um Palhaço Triste, como o descrito na narrativa introdutória do
texto.
Enfim, onde buscar a alegria
verdadeira?
A Bíblia prontamente responde: “Feliz é aquele que confia no Senhor”
(Provérbios 15.20b – Nova Versão Internacional). Não termos
felicidade, se de Deus não recebermos esta porção do seu inesgotável amor.
Felicidade e Alegria atrelada ao mundo, não terá uma base sólida, pois como já
foi explanado: O que será de uma pessoa, se aquilo que lhe dá mais alegria, não
estiver mais próximo ou tiver definitivamente saído de sua presença.
A alegria que vem do SENHOR é intensa,
única, graciosa, especial e serena, e não está vinculada as circunstâncias
existenciais. A paz que excede todo o entendimento (Filipenses 4.7), guarda o
coração daquele que confia nos propósitos de Deus. Procure a alegria no local
correto: Os Braços de Deus; pois,
assim, terás um extraordinário e evidente contentamento, que nunca poderá advir
de fonte humana.
O vazio da alma humana só quem
preenche é Deus, e a ALEGRIA que o Altíssimo nos oferece é única e inteiramente
verdadeira, portanto: “Alegrem-se sempre no Senhor.
Novamente direi: alegrem-se!” (Filipenses 4.4).
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[1] Personagem
Rorschach. Série Watchmen – De Alan Moore.
[2] Arrebatamentos,
ímpetos, rasgos, impulsos.
[3] Aparências,
semblantes, expressões.
[4] Ímpia,
profana, descrente.
Concordo, infelizmente TD que está escrito é a mais pura verdade existe milhões de pessoas que vivem de ilusões, fantasias o que vemos muitos casais vive de aparência pra sociedade demostra uma felicidade calça. Como a moça que tirou sua selfie, outross vão ao shopping fazer compras, barzinhos, tomar TDS pra esquecer os problemas como falam na verdade não são sinceras com elas mesmas. São pessoas, carentes de amor, atenção da família muitos entra em uma depressão horrível que não escolhe idade. Só existe uma solução JESUS é que nós fortalece,nos renova, nós restsura nos liberta, nós cura e nos salva. Teclado com problemas.
ResponderExcluirConcordo plenamente, e, só para se ter uma ideia como é difícil a situação--' sem alarmismo - aq estatística no Brasil, apenas de DEPRESSÃO era de 12% antes da pandemia, isso equivale cerca de 22 MILHÕES de pessoas, apenas depressão, se somar- outras tantas síndromes imagina.
ResponderExcluirMaravilhoso
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