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segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

O JULGAMENTO INCOMUM, E A IMPORTANTE FUNÇÃO DE JULGAR



“Três coisas devem ser feitas por um juiz: ouvir atentamente, considerar sobriamente e decidir imparcialmente” (Sócrates).



O juiz é um cidadão investido de autoridade pública, com o poder para exercer a atividade jurisdicional, julgando os conflitos de interesses submetidos à sua apreciação. Julgar é um ato de enorme complexidade, ao mesmo tempo sublime.

Juízes neste país, principalmente os de primeira instância,1 são aprovados em concursos dificílimos. Eles são outorgados com uma dádiva impressionante, porém, com uma alta responsabilidade.

Ao discorrermos sobre este tema, lembramos de um acontecimento célebre da Bíblia (1 Reis 3.16-28), onde o sábio Rei Salomão foi protagonista de um julgamento espetacular e incomum, que passamos a narrar:

Pouco tempo depois de receber a graça da Sabedoria, apresentaram-se duas mulheres ao Rei Salomão. Uma disse: "Senhor, eu e esta mulher habitávamos na mesma casa. Durante a noite, estando a dormir, ela sufocou o filho e, aproveitando-se do meu sono, pôs o meu filho adormecido junto de si e colocou aos meus pés o seu filho que estava morto. De manhã, olhando de perto para ele, vi que não era o meu filho". A outra mulher interrompeu: "Não, o meu filho é o que está vivo, o teu morreu". A primeira replicou: "Não, o teu é que morreu. O que está vivo é meu". E continuaram a disputar. Então o rei disse: Trazei uma espada, dividi em duas partes o menino que está vivo e dai metade a cada uma!". Cheia de amor ao seu filho, à mulher cujo filho estava vivo suplicou: "Senhor, peço-vos que lhes deis a ela o menino vivo e não o mateis!". A outra, pelo contrário, dizia: "Não seja para mim nem para ti, mas divida-se". Então Salomão disse: "Dai a primeira o menino vivo porque é ela a verdadeira mãe". E assim todo o povo de Israel soube que a sabedoria de Deus assistia ao rei para julgar com retidão.

Nesta história é demonstrada uma grande sabedoria. Salomão impressionava pela sapiência, contudo, devemos atestar que este conhecimento foi herdado de Deus (1 Reis 3.5-15).

Nenhum homem deste universo, por mais dotado que fosse, seria capaz de um julgamento desta magnitude. Deus ofertou graciosamente a sabedoria e perspicácia necessária, para que Salomão procedesse da forma que procedeu.

É real que o juiz investido no seu cargo, deva possuir um conhecimento intelectual e saber jurídico, para exercer o seu mister corretamente. Entretanto, não deve o mesmo esquecer, que em determinados julgamentos, só a sabedoria humana não bastará, para o deslinde dos litígios. Além de lhe ser cobrado uma certa dose de tino psicológico, será requerido também àquela intuição santa, que chamaremos de “Discernimento Espiritual.”

No caso do julgamento de Salomão, não existiam testemunhas, o que só servia para complicar ainda mais este caso. As duas mulheres com suas "verdades" era o que estava à mostra. No juízo de Salomão é mais do que evidenciado o Deus Todo Poderoso, como artífice da vivacidade do Rei. 
A história deste julgamento não foi só escrita para ficarmos admirados pela sabedoria de Salomão, mas para demonstrar que só do Senhor vem à inteligência verdadeira.
Se ele teve este dom, nos é facultado, também, possuímos. Podemos nunca ter a inteligência de Salomão, mas nada impedirá que não possamos usar nesta existência a real sabedoria que do alto vem.

Para os magistrados, que exercem a tão sublime arte de julgar, sabemos da dificuldade de ter chegado a esta função, sem antes esquecer: "Que não há autoridade que não venha de Deus; as que existem foram instituídas pelo Senhor". (Romanos 13.1)



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1   A primeira instância é a primeira jurisdição hierárquica; o primeiro órgão da Justiça, ao qual o cidadão deverá dirigir um pedido de solução de conflito.

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