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quarta-feira, 18 de junho de 2025

CONTO DO VIGÁRIO!

A expressão “Conto do vigário” refere-se a uma história enganosa utilizada por criminosos para obter dinheiro ou outros benefícios de pessoas simples.
A origem da expressão remonta ao século XVIII, quando, na cidade de Ouro Preto, vigários de duas paróquias (Pilar e Conceição) queriam a mesma imagem de Nossa Senhora. Um dos vigários propôs que amarrassem a santa no burro ali presente e o colocassem entre as duas igrejas. A igreja para a qual o burro tomasse direção ficaria com a santa. Acontece que o burro era do vigário da igreja de Pilar, e o animal se direcionou para lá, deixando o presbítero trapaceiro com a imagem. Outro fato interessante aconteceu no século XIX em Portugal, quando alguns malandros chegavam a cidades desconhecidas e se apresentavam como emissários do vigário. Diziam que tinham uma grande quantia de dinheiro numa mala que estava bem pesada e que precisavam guardá-la para continuar viajando. Falavam que, como garantia, era necessário que lhes dessem alguma quantia em dinheiro para viajarem tranquilos e, assim, conseguiam tirar dinheiro dos portugueses facilmente.*
Recentemente, ao ouvir o noticiário no rádio logo cedo da manhã, um acontecimento me chamou a atenção:
  • Uma senhorinha estava caminhando no centro de uma grande cidade quando observou um cartão de crédito caído no chão, que ela apanhou. Um golpista que estava bem escondido (que tinha deixado cair o cartão de propósito) apareceu e perguntou o que ela tinha apanhado no solo, ao que ela respondeu: "um cartão". Ele perguntou o nome da pessoa que estava gravado no documento. Quando ela respondeu, o farsante disse que era ele o proprietário, provando com um documento. O vigarista agradeceu bastante e disse que daria uma gratificação para a idosa ou um presente, ao que ela se recusou. De tanto ele insistir em gratificá-la, ela concordou. Ele afirmou que iria comprar um calçado para ela e que ficasse esperando. Para que não corresse o risco de senhora ir embora, o farsante ficou com a bolsa dela e foi comprar o presente. Infelizmente, ele não retornou e, dentro da bolsa, havia aproximadamente dois mil reais e mais documentos.
Geralmente, esse tipo de golpista atua explorando os mais “ingênuos”. A história parece sempre convincente. Alguns desses trapaceiros têm conhecimentos regulares de psicologia e ficam observando aqueles que podem ser enganados. Eles também verificam, na conversa introdutória do golpe, se a “possível vítima” possui uma tendência para a ganância. Se notarem tal contexto, a trama se desenrolará com uma dificuldade menor.
Quando alguém já tem enraizado no coração que "não existe almoço grátis",** ou seja, nada na vida é de graça, fica mais difícil cair neste tipo de situação. Lamentavelmente, na maioria das vezes, são atraídos para esse tipo de "arapuca" aqueles que pensam em ganhar sempre mais. 
Quanto aos mais idosos, é injustificável que eles fiquem sozinhos, principalmente portando uma grande soma em dinheiro, já que são as vítimas preferidas desses sujeitos ardilosos.
Além da proteção divina imprescindível, não devemos demorar em diálogos com pessoas desconhecidas que vêm com narrativas injustificadas e destituídas de lógica. Como já explicado, nada neste mundo vem de graça, ou, explicando melhor: “Sem trabalho, não há recompensa.” Quando colocamos no coração que a verdadeira GRAÇA só vem de Deus, não seremos pegos por esse tipo de criminoso.
Muitos caem neste tipo de golpe, como se estivessem sendo enfeitiçados pela conversa. E não deixa de ser realmente um FEITIÇO, pois a lábia é maligna e impressionante e pode até mesmo enganar os mais sabidos. Quantos foram ludibriados em transações financeiras, como em alguns negócios do tipo “pirâmides”?
Querer o que é nosso é o mais indicado. Pode até ser pouco o que alguém aufere pelo trabalho, mas é justo e abençoado por Deus.
Assim, quando for abordado por esse tipo de pessoa, responda com um “obrigado” e retire-se imediatamente do ambiente. Eles não te enganaram, mas, infelizmente, ludibriarão outros. 

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*Fonte: Brasil Escola (UOL).

** Não há almoço grátis (tradução da expressão em inglês “there is no free lunch”) é uma frase popular que expressa a ideia que é muito difícil conseguir algo sem dar nada em troca.

2 comentários:

  1. Na maioria dos casos, as pessoas que caem em situações como estás, são pessoas gananciosas e terminam perdendo o que tem.

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