Discorrer sobre o sexo é deveras complicado e, ao mesmo tempo, altamente necessário. Muitos pensam que o inventor do sexo foi o diabo e, dessa forma, deturpam essa sensação tão maravilhosa. Nada disso, pois o maligno só é autor de três procedimentos em potencial: "A rebelião, o pecado e a mentira." O sexo foi criado por Deus, pois só o Altíssimo possui toda a capacidade maravilhosa e inventiva para tal, e tudo o que Ele criou conduz a um entusiasmo incalculável na essência.
Todavia, grandes problemas advirão quando algumas
peculiaridades no sexo não são respeitadas. O diabo sabe muito bem deturpar a
sexualidade e, quando consegue realizar os seus intentos, promove danos na alma,
algumas vezes até irreparáveis.
Certa vez, numa conversa com uma conhecida
sobre o tema, ela afirmou que via o sexo como pecado, pois tinha sido criada na
sua religião com tal mentalidade desde a mais tenra idade. Respondi que a
religiosidade desprovida do verdadeiro equilíbrio espiritual impulsiona conceitos
equivocados, notadamente na conjuntura sexual. Continuando o diálogo, afirmei
que o sexo não é pecado, mas sim o seu mau uso. Numa espiritualidade
equilibrada e destituída de amarras emocionais, passamos a observar o sexo de
uma maneira construtiva e adequada, compreendendo que existe o tempo e a forma
apropriada para se esbaldar num êxtase profundo de uma sexualidade produtiva,
alegre e satisfatória.
Por outro lado, é indispensável advertir que
o AMOR é importantíssimo para uma ligação afetiva entre um homem e uma mulher,
principalmente no sexo.
São duas pessoas diferentes que se conhecem
inexplicavelmente, quando, na maioria das vezes, uma nem sabia da existência da
outra, e que, baseadas no amor autêntico, começam a vivenciar uma linda e
venturosa história. Devendo tal relação permanecer alicerçada no perdão, na
fidelidade, na compreensão, na amizade, na paciência e na atração mútua,
constituindo esta união uma grande bênção. Esta genuína relação atinge o máximo
da alegria quando nasce um filho que trará satisfação ao casal. Numa relação
autêntica, ocorrerá o AMOR EROS, numa conjugação de sentimentos inebriantes,
extrapolando os limites do êxtase e chegando ao âmago do prazer carnal, que, no
casamento, é amplamente permitido e abençoado por Deus. O certo é que o Senhor
não nos priva deste PRAZER, que levará a uma emoção arrebatadora e satisfatória.
Além do AMOR, que é uma qualidade
imprescindível e especial para uma sexualidade sadia, a DOAÇÃO também é algo
necessário. Não existe uma relação favorável e aprovada por Deus que não
contenha esses dois aspectos. Quem ama, naturalmente, doa-se, estando assim preparado
para exercer a sexualidade em toda a sua plenitude. Só o sexo pelo sexo não
sustenta nenhuma ligação amorosa, já que, nessa situação, inexistirá o
verdadeiro sentimento que une duas pessoas sedentas de sinceridade em uma
conquista diária. No sexo dissociado do amor, o egoísmo imperará fortemente,
pois não haverá doação. O ato sexual não será totalmente prazeroso, uma vez que
a entrega não será completa.
Existe um SER muito interessado na sexualidade
benéfica e de acordo com suas santas premissas, que é DEUS. Ele não abençoa o
ato sexual irresponsável e feito de forma desorientada, apenas com desejos de
paixão carnal, o que difere do amor sereno, pois, como bem explicitou Thomas
Fuller:
"Quando
a paixão entra pela porta principal, a sensatez foge pelas portas dos
fundos."
Deus santifica o sexo após o matrimônio,
devendo haver respeito e reciprocidade mútua. Dessa forma, advirá uma força
divina para o casal suportar as tentações tão inerentes à fraca condição
humana. O sexo praticado apropriadamente não é pecado, feio ou vergonhoso, pois
tais imperfeições só se tornam evidentes quando Deus é colocado à parte deste
ato.
Reitero que o amor genuíno é a base para uma
sexualidade sadia e, lastreado nesta constatação, essa forte afeição nunca será
demais, pois, como afirmou Santo Agostinho: "A medida do amor é amar sem
medida."
Assim, quem for solteiro, espere no Senhor,
reconhecendo que a melhor escolha virá do Alto, e quem for casado, aproveite
bem a sexualidade e agradeça a Deus por tão sublime relacionamento, fazendo
tudo em amor, sabendo que: “As muitas águas não poderiam apagar este amor, nem
os rios afogá-lo” (Cantares 8.7).

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