“Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.” (João 14:26)
Dois
artistas procuraram retratar a paz em suas telas. Um deles pintou um lindo e
tranquilo lago ao lado de uma montanha. Nele não há nem um pássaro no céu, nem
um leve sinal de ondas nas águas. É uma calmaria total. O outro pintor teve uma
concepção totalmente diferente. Pintou uma cachoeira com águas violentas e
sobre uma árvore retorcida que se projeta da margem para dentro do rio. Em um
dos galhos, suspenso sobre a cachoeira, quase tocando nas águas, está um ninho
de pássaros, onde a mamãe alimenta, tranquilamente, os seus filhotes. Todos os
que observaram os quadros concluíram: o segundo representava melhor o conceito
da paz cristã.*
A
narrativa é bem interessante e retrata uma calmaria diante de um fato que
poderia trazer grande perturbação para qualquer ser. Desta forma, é o agir do
Espírito Santo em nossa existência. Nada neste mundo traz a verdadeira paz para o
homem, pois só o divino Espírito Santo nos fornece alívio para todas as contrariedades
que possam advir em nossa direção. Ele age como um consolador em momentos
complicados. A origem do termo "consolo" vem do latim
"consolari", formado por "com" (junto) e "solari"
(reconfortar, aliviar, suavizar). Ao observarmos a Bíblia, vemos que o Espírito
Santo é chamado de consolador, com a devida razão. "Paracleto" é
também o nome dado ao Santo Espírito de Deus, que significa: "Aquele que
consola; aquele que encoraja e reanima; e aquele que revive".
Jesus
Cristo, pouco antes de sua prisão, deu instruções de conforto aos seus
discípulos, pois estava bem próximo de se cumprir a vontade divina, com a
redenção do homem e a consequente crucificação de Cristo. Em breve, Ele não
estaria mais próximo daqueles seguidores. De fato, após a morte de Jesus, eles
só o viram após a sua ressurreição, e apenas temporariamente.
Jesus foi
para o Pai, significando que eles seriam deixados sós. Aí, onde entra o
Espírito Santo Consolador, que Deus enviou em nome de Cristo, ensinando todas
as coisas e lembrando tudo que foi dito pelo Nazareno (João 14:26).
Não
tivemos a oportunidade de conhecer Jesus Cristo em carne e osso; contudo,
através do Consolador, não somos deixados sem Ele. As palavras de Jesus não
deixam dúvidas de que o Espírito Santo é divino, mas que é também o próprio
Espírito de Cristo, sendo tal assertiva também defendida pelo Apóstolo Paulo
(Romanos 8:9). Desta forma, Ele garantiu que não ficaríamos órfãos de sua
proteção e sem o seu consolo tão necessário. Evidentemente, o Espírito Santo
possui algumas funções junto ao "Corpo de Cristo"; porém, é o consolo
que se mostra através de seus cuidados diários em nosso viver que mais nos
tranquiliza, alegrando nossa caminhada.
Entendemos,
com uma convicção absoluta, que o consolador, no sentido mais amplo do ofício,
nos ajuda, ampara, assiste e nos socorre diligentemente. Isso faz com que nunca
possamos deixar de sentir a sensação de um Deus cuidador, que verdadeiramente:
O BOM PASTOR NÃO NOS PERDE DE VISTA!
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* Fonte: Natanael de Barros Almeida,
Coletânea de Ilustrações – Edições Vida Nova, 1999, p. 135.

