Estava dirigindo cedo
pela manhã quando uma turma de jovens colegiais atravessava a “linha de
pedestres”, da qual eles e os demais transeuntes possuem direitos, e que os
motoristas devem esperar até que todos ultrapassem. Só que aqueles jovens demoraram
uma “enormidade de tempo”* na trilha demarcada, para que os automóveis
parados pudessem se deslocar novamente. Observei que eles não estavam nem aí
para o mundo.
Decorrente desse contexto, decidi redigir sobre o tema: “TÔ NEM
AÍ!” Pois bem, esta expressão indica indiferença ou falta de preocupação com
algo. Geralmente, é usada entre os mais jovens, que estão em uma fase em que a
preocupação não é tão forte, e, como eles apregoam, querem levar a vida de uma
maneira mais livre e divertida, fugindo de preocupações e pensamentos complexos.
Ah! Se todos pudessem
conduzir-se deste modo, ou seja, não estivessem nem aí para as circunstâncias e
complicações da existência. O fato é que ninguém, em sã consciência, pode
afirmar com exatidão que não está nem aí para nada. Por mais que entendamos que
não precisamos dar satisfação da vida para quem quer que seja, a realidade não é
bem assim. Se você entender que não está nem aí para o que o outro pensa, isso
não fará com que essa ação impeça qualquer reação contrária. Imaginar,
independentemente da idade, que poderemos não estar nem aí para o que o outro
pondera não é de todo admissível.
Por que articulo
isso?
Podemos até não ligar
para o que alguém pensa a nosso respeito, ou não levar a sério uma determinada circunstância que nos ofenda, mas nem por isso devemos ignorar totalmente o que
passa ao nosso redor, até mesmo como importante opção de defesa pessoal.
Seria muito simples
afirmar “Tô nem aí” para qualquer contexto. Infelizmente, não funciona assim a
“engrenagem da vida”. É evidente que não
devemos ter uma preocupação desvairada com o que os outros pensam ou em relação
a tudo que nos cerca. Todavia, torna-se necessário possuir uma responsabilidade
equilibrada e não um “tô nem aí” inconsequente.
Há uma expressão
bíblica já devidamente testada que preceitua: “Tudo tem o seu tempo
determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu” (Eclesiastes
3:1). Podemos usá-la no que tange ao alívio de determinados eventos que podemos
deixar de lado, até mesmo para nos reciclarmos interiormente, repousando ou
atenuando o cansaço atinente às batalhas do cotidiano. Daí, nos será
facultado, de uma forma adequada e responsável, bradarmos, em certas
circunstâncias: “Tô nem aí” para o trabalho e vou descansar, brincar, caminhar,
ler, viajar e fazer o que se tem vontade.
Agora, não se deve proclamar: “Tô nem aí” para Deus. Quando uma pessoa
toma esse tipo de atitude, só quem perde é ela, pois o Senhor é inatingível, e
quem assim procede terá tudo a lamentar. Tal procedimento custará muito caro.
Pode até demorar, mas o acerto de contas um dia virá, pois “cada um de nós
prestará contas de si mesmo diante de Deus” (Romanos 14:12). Deus julgará
aquele que não esteve nem aí para Ele, lastimando: “Ah! Se
tivesses dado ouvidos aos meus mandamentos, então seria a tua paz como o rio e
a tua justiça como as ondas do mar!” (Isaías 48:18). Que nunca tenhamos tal
atitude em nossa existência, pois, quando não estamos nem aí para Deus, teremos
tudo a perder, inclusive a paz. Lembremos disso!
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*A expressão "enormidade de tempo" significa uma quantidade excessiva ou um período de tempo muito longo. O termo "enormidade" é usado em um sentido figurado para enfatizar a magnitude, neste caso, do tempo decorrido ou necessário

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