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sábado, 6 de dezembro de 2025

NEM SEMPRE O MAIS RÁPIDO CHEGA PRIMEIRO

Quando estou dirigindo, não sou de acelerar muito e obedeço ao limite de velocidade estabelecido nas rodovias, especialmente em uma pista de mão dupla. Estava retornando de uma cidade que dista* 100 km de onde moro, e, em determinado momento da viagem, um apressadinho em um caminhão apitava incessantemente atrás de mim. Imaginei acertadamente que a sua intenção era que eu saísse da estrada para ele passar. Ele me ultrapassou e, um quilômetro depois, notei que o precipitado quase se envolveu em um acidente. Para minha surpresa, já próximo de chegar ao meu destino, lá estava o caminhoneiro na retaguarda de uma carreta enorme, e, daí, teve que ficar um bom tempo atrás do veículo. Em determinado momento, ultrapassei o impaciente e pensei automaticamente: NEM SEMPRE O MAIS RÁPIDO CHEGA PRIMEIRO; confirmando o que está esboçado no livro bíblico de Eclesiastes 9.1ª (NTLH): “Eu descobri mais outra coisa neste mundo: nem sempre são os corredores mais velozes que ganham as corridas.”
Tal contexto também demonstra que o sucesso de algo não é inteiramente adstrito à velocidade ou força, mas sim à sabedoria e inteligência, seja ela emocional ou cognitiva,** e principalmente a um suporte considerável: a fé em Deus.
Vem bem a calhar*** sobre o tema a fábula de Esopo “A Lebre e a Tartaruga”, que é a seguinte:
  • Era uma vez… uma lebre e uma tartaruga. A lebre vivia caçoando da lerdeza da tartaruga. Certa vez, a tartaruga, já muito cansada por ser alvo de gozações, desafiou a lebre para uma corrida. A lebre, muito segura de si, aceitou prontamente. Não perdendo tempo, a tartaruga começou a caminhar, com seus passinhos lentos, porém firmes. Logo a lebre ultrapassou a adversária e, vendo que ganharia fácil, parou e resolveu cochilar um pouco. Quando acordou, não viu a tartaruga e começou a correr. Já na reta final, viu finalmente a sua adversária cruzando a linha de chegada, toda sorridente.
Quando ocorreu o descrito na narrativa inicial do texto, lembrei-me automaticamente da fábula acima citada, evidenciando que, em algumas ocasiões, A VIDA IMITA A ARTE.**** 
Essa fábula interessante nos oferece significativas lições:
  1. Não devemos nos sentir superiores, já que o excesso de confiança pode ser um obstáculo para alcançarmos nossos objetivos.
  2. Subestimar os outros nos torna presunçosos. A lebre, ao desdenhar da tartaruga e se gabar de suas habilidades e atributos, sofreu uma humilhante derrota.
  3. Devemos lutar pelos objetivos, respeitando nossas condições e não nos incomodando com a superioridade alheia.
  4. Caminhar com esforço, sem desistir e sem se preocupar em ser veloz, pois às vezes os mais rápidos tropeçam na sua arrogância ou na falta de sabedoria.
  5. Terá êxito aquele que realiza seu intento com zelo e perseverança.
Teremos aborrecimentos sempre que algo que tanto ansiamos demora a acontecer, seja no plano profissional, sentimental, educacional, financeiro ou em qualquer outro. Quando estou ansioso, lembro do conselho do amigo Pastor Francisco de Aquino Guerra: “Vá no passo da tartaruga, fazendo o certo, e, com paciência terás vitória”.
A rapidez nunca foi o sinal principal ou único da vitória, pois, se fosse assim, as demais qualidades humanas seriam desmerecidas. O “apressado come cru”, e a pressa pode levar a maus resultados. É preciso ter a cautela necessária para que as coisas fluam naturalmente. Agir precipitadamente pode resultar em um serviço malfeito e ineficaz, assim como alguém comer uma refeição antes de ela estar devidamente pronta para ser consumida.
Planeje adequadamente e se esforce com denodo e aplicação, não esquecendo que:
  • Devagar se vai ao longe;
  • Se não aconteceu, é porque não chegou o tempo de Deus.

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*Demora, situa-se.

**Relativo à cognição e ao conhecimento. Intelectiva, intelectual e mental.

*** Vem bem a calhar significa que algo é útil, conveniente ou acontece em um momento oportuno e favorável.

****A ideia de que a vida imita a arte é uma posição ou observação filosófica sobre como comportamentos ou eventos reais às vezes (ou mesmo comumente) se assemelham ou se sentem inspirados por obras de ficção e arte.