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sábado, 27 de setembro de 2025

COMPETIÇÃO

Tem indivíduos que são competitivos por natureza, sendo até mesmo viciados em qualquer tipo de disputa. Alguns chegam ao cúmulo de competirem com os parceiros até mesmo nos relacionamentos amorosos. Assimilo como exagerada tal aspiração!
Existe relacionamento em que um dos parceiros comemora uma grande vitória pessoal, e o outro, ao invés de também festejar, tenciona alcançar um triunfo consagrador para encobrir o sucesso do companheiro. Tal relação está fadada ao insucesso, em face de um ou os dois não estarem convergindo em caminho idêntico. Já que, neste contexto, há um misto de egoísmo e inveja, destoando do equilíbrio necessário, através de um sentimento totalmente desfocado do companheirismo que deve nortear duas pessoas desejosas de trilharem a mesma jornada.
Sob outra perspectiva, observo nas redes sociais artigos publicados por alguns colunistas, jornalistas e cronistas. Como sou observador por natureza, percebo a intenção de competição até mesmo no tamanho de “alguns comentários” altamente discordantes dos textos publicados. E, quando leio, apenas “penso com os meus botões* que o contestador demonstra um alto nível de competição, querendo ser melhor do que aquele que publicou uma composição qualquer.
Confesso que não sou chegado à competição, pois compreendo que a única pessoa com quem necessito competir é comigo mesmo. Possuo a convicção de que estou em processo de aperfeiçoamento pessoal, objetivando a cada dia me tornar melhor. Não com um desejo mórbido** de ser superior a ninguém. Nada disso! Pois miro tão somente uma competição particular em me aperfeiçoar, e, acima de tudo, melhorar meu relacionamento com DEUS. Em minha imperfeição, tento reduzir meus erros e ajudar o semelhante com o conhecimento que acumulei.
A Competição é uma disputa entre duas ou mais pessoas, onde o ganho de um é a perda do outro. Não estou aqui evidenciando a competição pelo lado esportivo ou outro qualquer, como uma vaga de emprego, concursos, etc., É evidente que não, pois em certos casos a disputa é até salutar. Mas estou aqui contemplando o lado nocivo, quando alguém tenta reduzir o sucesso de outrem por meios hostis ou ainda mais prejudiciais.
Também não sou adepto de debates e tenho como postura não participar, se for convidado. Pretendo expressar da forma que puder o que aprendi e repassar para frente as experiências adquiridas, mas não por qualquer tipo de disputa.
Assim, eu prefiro servir a ter de competir, e tento imitar o mestre Jesus, que deixou uma importante LIÇÃO em Marcos 10.43-45 (NVT) ao defender: Quem quiser ser o líder entre vocês, que seja servo, e quem quiser ser o primeiro entre vocês, que se torne escravo de todos. Pois nem mesmo o Filho do Homem veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate por muitos.”

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*Esta expressão significa refletir sobre algo, ter introspecção ou meditar silenciosamente.

**Patogênico, nocivo, prejudicial.

sábado, 20 de setembro de 2025

VERITAS HABETUR PER RATIONEM

Para quem estranhou o título da composição, precisamente “Veritas Habetur Per Rationem”, informo que é uma citação latina que significa no nosso idioma pátrio que: “a verdade é alcançada pela razão”, ou ainda, “a verdade se tem pela razão”. Tal locução indica que o conhecimento e a aceitação da realidade se alcançam através do uso da lógica e de um raciocínio lastreado na medida da verdade. A primeira vez que tomei conhecimento desta frase latina foi através de um cartão de apresentação de advocacia do meu saudoso pai, Geraldo Medeiros de Araújo, que admirava esta locução.

Ao analisarmos detidamente a expressão, sustentamos que a frase latina proclama uma situação concreta, uma vez que, geralmente, a verdade expressa uma racionalidade, pois tudo aquilo que precisa ser muito explicado e rebuscado*  para parecer real carrega, na sua “essência”, uma mentira mascarada de veridicidade.
A razão, acima de tudo, é a capacidade de analisar, argumentar e compreender o mundo de forma lógica, mantendo a consciência como algo muito importante. A razão, acobertada pelo entendimento equilibrado e correto, incita que a verdade seja enquadrada como um forte “fundamento” para um contexto ponderado e dissociado de fraudes.  Desta forma, a razão é uma maneira de a verdade aparecer. Não se trata de um argumento eminentemente baseado em interesse particular, mas, sim, de um juízo coletivo que evidentemente esteja dentro dos parâmetros da autenticidade.
Entendo também que a verdade advirá principalmente de uma genuinidade incontestável, quando rejeitamos inteiramente aquilo que compromete a integridade de algo que é autêntico e puro. A verdade vem da averiguação precisa daquilo que está sendo demonstrado, pois, como bem declarou Ronald Reagan “Confie, mas verifique.”
Muito embora a questão filosófica sobre a verdade tenha até aqui sido mais evidenciada, para rematar, não poderia deixar de apregoar que a MAIOR REPRESENTAÇÃO DA VERDADE está em JESUS CRISTO, pois Ele mesmo afirmou com autoridade e precisão: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” (João 14.6). Tal versículo preceitua que Jesus é a única via para se chegar a Deus (o Pai), indicando que o Senhor é a personificação da verdade absoluta, creiam ou não. Desta forma, podemos admitir firmemente que com Jesus: A VERDADE virá pela VERDADE.
 
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* Aprimorado, aperfeiçoado, retocado. 

terça-feira, 16 de setembro de 2025

INSENSIBILIDADE

Atingimos um momento preocupante da sociedade, onde o mal se alastra vertiginosamente.* Não que conjunturas complicadas, como guerras, traições, pestes, terremotos, crimes e outros males, já não tenham acontecido com ênfase antes; todavia, observamos que a insensibilidade e a frieza de comportamento têm aumentado sobremaneira.

Comemorar que o semelhante se deu mal em alguma situação ou até mesmo festejar assassinatos tem se tornado um costume nas redes sociais. Indivíduos brindam momentos ruins dos outros como se fossem conquistas pessoais. A insensibilidade já existe desde os primórdios dos tempos; entretanto, aumentou muito, especialmente quando uma “convicção pessoal errada e desumana” extrapola em muito os limites da racionalidade.
É evidente que temos nossas preferências, seja em qual área for, desde o futebol até a política, mas deixar que o mal tome conta do coração ao desejarmos que o outro se prejudique intensamente, jamais! Quando essa vontade “nociva” tenta se aproximar de mim, rejeito de imediato tal anseio, pois certamente isso desagrada em demasia a Deus.
A crueldade e a falta de amor têm crescido de uma forma que assusta. Devemos nos defender desse tipo de sensação e das pessoas que nutrem tal concepção como esboço de vida. Ao fugirmos da aparência do mal, consequentemente, obedeceremos aos preceitos divinos e evitaremos qualquer tipo de desumanidade.  
Quando deixamos o coração ser invadido pela insensibilidade e pela “dureza de conduta”, seja emocional ou espiritual, também seremos atingidos. O interior humano é prejudicado quando se deixa dominar por uma “índole” furiosa. Além da “falta de controle” ser capaz de atingir o semelhante, fará com que o emocional do causador do mal chegue “aos frangalhos”, ou seja, que fique sentimentalmente devastado
Dói na mente observar alguém com um riso “sádico”** celebrando que o outro se arruinou ou se deu mal.
Vamos nos ligar a Deus e pedir que o nosso coração não se torne exposto às ideias nefastas. Comemorar alegremente o assassinato de alguém beira a insanidade. Você pode até detestar uma pessoa, embora isso não seja adequado. Mas torcer ardorosamente pelo mal de alguém prejudicará a sua alma. Longe de mim tal sentimento. Todos os que me fizeram mal, entreguei-os a Deus, pois a Ele cabe toda e qualquer tipo de decisão, inclusive a de fazer JUSTIÇA.
Evito compartilhar minha vida com pessoas de comportamentos e intenções malignas. Nos primeiros sinais, sim, porque eles demonstram indícios, procuro me afastar, pois esse tipo de pessoa precisa de um encontro genuíno com Deus para que possa estabelecer uma relação fraternal com o igual.
Só o SENHOR transforma o coração do insensível e daquele que a frieza já tomou conta do ser, visto que Jesus torna a mais “sombria da alma” numa claridade manifesta, que irradiará contentamento e que, acima de tudo, não se alegrará com a infelicidade alheia.

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*Depressa, rapidamente, velozmente.

*** Desumano, impiedoso, maldoso.

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

MELHOR FALAR POUCO!

Os conselhos atinentes a FALAR POUCO são milenares. E isso adveio, de certa forma, da tradição judaica, que incentiva o controle do que se pronuncia, para não ficarmos em “maus lençóis”, ou seja, entrar numa situação difícil ou embaraçosa.
Em tempos atuais, assimilo que aumentou de sobremaneira a necessidade de fechar a boca. Na atualidade, é até complicado exprimir uma simples opinião, já que pode machucar alguém mais sensível ou até mesmo provocar pessoas tendentes a discórdias. O momento é tão complexo que, hoje, tudo é ofensivo, inclusive falar a VERDADE. No entanto, de forma nenhuma deve-se deixar de fazê-lo. 
Falar pouco sempre foi aconselhável, e hoje virou quase uma necessidade, pois:
  • Quando calamos, não precisamos explicar aquilo que pronunciamos desnecessariamente.
  • Quando não falamos sobre os nossos planos para o futuro, não corremos o risco da inveja gratuita ou daqueles que tencionam atrapalhar planejamento alheio.
  • Quando não dizemos bobagens, impediremos que nossas palavras sejam tidas como caluniosas e que, como consequência, possamos até mesmo ter que responder perante os tribunais.
  • Quando não fofocamos, evitamos que contextos nocivos sejam passados para frente e que possam prejudicar terceiros.
  • Quando não expomos nossos maiores segredos, inibimos que tais exposições particulares sejam utilizadas perniciosamente.
Gosto muito de falar, pois não sou nada introvertido. Todavia, tenho me controlado ultimamente, pois, em relação a CONVERSAR BASTANTE, “o mar não está para peixe”, ou seja, a situação de quem fala muito não está fácil. Não que eu converse besteiras com regularidade ou sobre aquilo que é prejudicial. Ainda bem que não, mas procuro falar o mínimo possível, especialmente sobre aquilo que pode levar a um final infeliz.
Mas, então, sobre o que conversar?
Aquilo que for necessário, seja em um ambiente social, profissional e, em certos casos, até mesmo espirituais. Devemos proferir palavras edificantes que coloquem os outros para frente. Precisamos falar mais sobre conjunturas indispensáveis que não nos tragam maiores contrariedades. Devemos nos portar como as crianças articulam em seus entretenimentos, quando não ferem suscetibilidades* alheias. Brincar com as palavras de uma forma que não fira emocionalmente ninguém. A inocência de crianças bem educadas mostra como, em “sua grande maioria”, elas não magoam os outros quando falam.
Necessitamos falar, principalmente sobre AQUELE que nos concedeu a VIDA e a quem devemos tudo que somos e todas as homenagens: DEUS. Quando conversamos sobre o SENHOR com equilíbrio e sem fanatismo, jamais exporemos palavras inconvenientes ou inúteis.  
Assim, só abra a boca quando for realmente necessário. O filósofo e matemático Pitágoras resumiu um entendimento equilibrado sobre o assunto quando sustentou: “Se o que tens a dizer não é mais belo que o silêncio, então cala-te.”

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*Sensibilidades, vulnerabilidades, fragilidades.

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

ANTES DE DECIDIR...

Decidir não é algo simples, pois envolve situações nem sempre fáceis de optar acertadamente. Em algumas ocasiões, por não colocarmos em questão todos os “pontos” a serem observados, tomamos decisões precipitadas, que, em algumas circunstâncias, não podem mais ser mudadas.
Em determinada ocasião, o então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, foi indagado por um de seus assessores sobre uma decisão a ser tomada antes de ele dormir, já que envolveria uma questão fundamental que influenciaria o mundo. O presidente respondeu que iria descansar e, no dia seguinte, deliberaria sobre a questão. O auxiliar refutou: - “Presidente, o senhor tem que tomar a decisão imediatamente.” E Reagan afirmou categoricamente: “Só amanhã, já que, depois de uma noite de sono reparador, estarei mais preparado para DECIDIR.” Ele estava certo e consciente do que devia fazer, e foi considerado por muitos como um dos melhores presidentes que os EUA já tiveram.
Um amigo juiz, já de saudosa memória, me confidenciou que o maior zelo que tinha no cargo era: “tomar uma decisão e não ter que voltar atrás.” Daí, eu lhe perguntei por que tal entendimento? No que ele respondeu: “Seria vexatório ter de modificar um veredito por um contexto não analisado minuciosamente.
Não devemos tomar uma decisão de forma açodada,* pois isso poderá nos trazer terríveis consequências. Compreendam que toda e qualquer decisão deve ser amadurecida para que ela seja efetivada. Muito cuidado com as sinuosidades** e incertezas deste mundo. Nada com pressa leva a um bom fim; ou seja, tenha cuidado com aquilo que você é obrigado a decidir imediatamente, a não ser em aqueles casos que envolvam um enorme perigo, em que a deliberação tem que ser tomada rapidamente.
Tomamos muitas decisões, e algumas delas não chegamos nem a pensar nas consequências da escolha. Observe os critérios necessários para qualquer tipo de escolha, mesmo aquelas mais simples, e, principalmente, norteie sua resolução na vontade divina, pois ela é boa, perfeita e agradável (Romanos 12.2).
Assim, ANTES DE DECIDIR, reflita e ore; certamente, terás os melhores subsídios para uma escolha acertada. 

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*Precipitada, apressada.

**A sinuosidade pode ser usada para descrever algo que não é direto ou claro, algo que possui muitos rodeios e voltas, como um contexto ainda não totalmente identificado.