"O mensageiro ímpio cai em dificuldade, mas o enviado digno de confiança traz a cura" (Provérbios 13.17).
O portador de uma mensagem geralmente é bem valorizado, principalmente quando ele entrega o recado corretamente. Infelizmente, muitos se aproveitam de uma determinada mensagem e amplificam o que não existe. Aquilo que, na maioria das vezes, seria uma solução pode tornar-se uma grande controvérsia.
Lembramos
de uma experiência interessante no lado profissional, quando uma especialista
em relações humanas realizou uma experiência com os funcionários de uma
determinada repartição. Ela quis demonstrar o quanto uma conversa podia ser
alterada. Dessa forma, a palestrante narrou uma história ao primeiro
interlocutor e, ao chegar ao décimo ouvinte, a narrativa já estava
completamente modificada.
A maioria
das pessoas possui uma tendência esquisita de aumentar a amplitude das
histórias. Parece que tal comportamento é da natureza humana; contudo, não é
sábio proceder dessa forma.
O fato é
que devemos ter um cuidado redobrado ao receber determinadas comunicações. Principalmente,
aquelas mensagens que são trazidas com o propósito de noticiar algum fato
importante ou comunicar que alguém está falando mal de outrem. Sim! Porque uma
pessoa com bons propósitos geralmente não amplifica mensagens. Em algumas
circunstâncias, torna-se até notório a satisfação do emissário com a
negatividade da mensagem, como se estivesse, exultante, entregando uma notícia
desagradável.
Nem
tudo o que escutamos deve ser colocado para frente. Sabemos o que deve ser dito
ao semelhante, sem precisar incitar contendas. É apenas uma questão de bom
senso. Às vezes, uma pessoa comenta algo sobre um amigo em comum que te parece
inconveniente. Não
passe para frente algo que machuca! Evite colocar adiante aquilo que não
edifica, pois além de fazer mal a terceiros, você pode estar caindo em uma
armadilha proposital e falando o que o emissor tinha vontade, mas não teve a
devida coragem.
Por outro lado, a
recíproca é verdadeira: quando você quer dizer algo a outra pessoa, mas não tem
coragem e usa o nome do emissário para expressar a sua vontade. Será que Deus gosta
das duas formas de agir? É evidente que não, pois o Senhor exalta a verdade e o
equilíbrio em todas as coisas. Em determinadas situações, somos até obrigados a
ouvir uma narrativa; entretanto, não devemos esquecer de sondar toda a
circunstância para, depois, repassar, se necessário for.
A expressão
introdutória do presente texto (Provérbios 13.17) sintetiza muito bem a ideia
central do tema aqui exposto, ao enfatizar que: "O mensageiro ímpio cai em
dificuldade, mas o enviado digno de confiança traz cura". No tempo do Rei
Salomão, os reis dependiam de mensageiros para serem informados. Os portadores
dos comunicados tinham que ser confiáveis, já que uma informação incorreta
poderia provocar até uma guerra. Se a mensagem recebida fosse diferente da que foi
enviada, matrimônios, negócios e até relações diplomáticas poderiam ser
afetados. O versículo acima descrito não é de difícil compreensão, já que o
próprio Deus reconhece a sordidez de uma mensagem vinda de uma boca imprecisa,
indicando que o seu caminho se tornará impróprio. Contudo, o portador de uma
comunicação correta deixará qualquer recebedor tranquilo, visto que inexiste a
demonstração de malignidade em suas intenções, servindo até de alívio para a
alma de quem escuta.
Cuidado
na escolha das palavras de uma mensagem, para não amplificar o que é mínimo. E,
para quem vai ouvir, não tome qualquer iniciativa até que se entenda com
clareza o teor da história. Não cansamos de repetir: "Muitos males
alastram-se neste mundo em face de certas pessoas aumentarem circunstâncias que
jamais deveriam ser ampliadas".
Amigos,
o caso é tão sério que até mortes ocorreram em virtude de o mensageiro não ter
tido o devido discernimento na condução de uma notícia. Assim, é necessário
possuir a devida sabedoria e entregar aos cuidados de Deus aquelas situações em
que recebemos avisos importantes. Seja um noticiador que traga benesses para
quem escuta, evitando tudo aquilo que evidencie uma preocupação desnecessária
para outrem.
Se
você souber de algo que pode realmente beneficiar alguém, passe para frente
tranquilamente. E se for o caso de a vida te escolher para noticiar algo
complicado e grave, consulte a Deus através de uma prece e, então, faça isso
com o maior cuidado possível.
O
conselho final é simples e prático: "NÃO AMPLIFIQUE AS MENSAGENS".


