Estava numa livraria no shopping principal da cidade em que resido quando observei três jovens conversando e aparentando ter entre dezoito e vinte e três anos. Um deles mostrou um livro de autoajuda para uma colega, que de imediato rechaçou a leitura, afirmando que não gostava desse tipo de obra, pois tinha preconceito, complementando que preferia livros filosóficos.
Passei a
meditar se a moça sabia o que realmente significa filosofia, não por
desconhecimento dela em relação ao assunto, já que não posso julgá-la, mas,
sobretudo, pela sua pouca idade. Achei mais um clichê* da parte dela em relação à frase,
quando afirmou que não gostava de autoajuda e sim de filosofia. Ou seja,
entendi que ela falou algo já bem repetido habitualmente, quando se deixa de
lado a originalidade de pensamento.
Não que a
moça ou qualquer pessoa não possa se interessar por filosofia. Nada contra! Percebo que é
razoável que isso aconteça, já que tudo aquilo que traz conhecimento é
importante. No entanto, no caso dela, pelo regular conhecimento de psicologia
que tenho, a explicação foi automatizada, e notei que ela até se arrependeu da
resposta.
Afirmar que não gosta
de autoajuda ou de qualquer meio de estudo acadêmico e científico por simples
preconceito não é a melhor forma de argumentação. E olhe que nem sou muito fã
de autoajuda, mas respeito e até leio livros desse tema, assim como os
filosóficos, embora não sejam os meus preferidos.
Esclarecendo os dois
métodos (autoajuda e filosofia), informo que a autoajuda tem como objetivo
prático “ajudar a si mesmo” a superar dificuldades e alcançar objetivos
específicos, utilizando recursos interiores. Já a filosofia busca entender a
realidade e questões fundamentais sobre a existência de uma forma mais
detalhada. Assimilo
que a autoajuda tende a simplificar ideias complexas, enquanto a filosofia
parte para uma análise mais rigorosa e profunda.
A meu ver, os livros de autoajuda
e de filosofia possuem pontos positivos, já mencionados acima, e outros
negativos. No que tange aos desfavoráveis, acredito que os livros de autoajuda
simplificam por demais a solução de algo, tornando-se um produto comercial em
alguns casos, quando certos “gurus”** buscam agradar o público com explicações
convenientes. Em
relação à filosofia, alguns expoentes*** desta
doutrina complicam em demasia aquilo que deve ser aprendido de maneira fácil e
prazerosa.
Não sou adepto da
autoajuda em potencial, pois testemunho que sou mais partidário da “AJUDA DO
ALTO”, já que considero ser mais sábio, inteligente e seguro depender de DEUS.
Esta assistência divina contrasta com a autoajuda, pois enquanto uma se baseia
no socorro do Senhor frente às contrariedades existenciais, a outra se baseia
na capacidade particular do indivíduo de se ajudar. Até entendo essa busca de
socorro próprio, mas defendo que a efetiva solução de um problema advirá da
efetiva entrega ao solucionador de tudo: DEUS. Reconhecemos que o poder para
enfrentar algo que nos atinge dependerá principalmente de um relacionamento
estreito com o CRIADOR e não tão somente baseado numa capacidade eminentemente humana.
Por outra perspectiva, excetuando
os livros imorais e os perniciosos, devemos ler o que nos agrada, evidentemente
tomando cuidado na escolha da leitura e do seu conteúdo, afastando-nos do mal.
Sendo assim, continue lendo bons livros, sejam de autoajuda, filosofia ou
outros quaisquer. A Bíblia aponta em 1 Tessalonicenses 5:21, que: “Examinai tudo e retende o que é bom”;
ou seja, devemos sim considerar e analisar as coisas, armazenando em nosso
interior o que realmente edifica do que foi lido. Contudo, coloque a Bíblia
como ponto forte de leitura, pois lá está esboçada toda a fonte do conhecimento
humano.
Assim, a AJUDA DO
ALTO deve vir em primeiro lugar e, por consequência, a autoajuda complementará
tua caminhada em direção ao SUCESSO.
_______________
*Frase frequente e
explorada que se banaliza por ser muito repetida; lugar-comum, chavão.
**Indivíduos que se promovem como especialistas em ajudar os outros a alcançar o sucesso em várias áreas da vida, mas frequentemente com uma abordagem que simplifica problemas complexos, focando no sucesso pessoal sem levar em conta as realidades sociais, psicológicas, espirituais e estruturais de cada um.
***Notáveis, personagens, celebridades.
