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sábado, 1 de novembro de 2025

AUTOAJUDA x FILOSOFIA

Estava numa livraria no shopping principal da cidade em que resido quando observei três jovens conversando e aparentando ter entre dezoito e vinte e três anos. Um deles mostrou um livro de autoajuda para uma colega, que de imediato rechaçou a leitura, afirmando que não gostava desse tipo de obra, pois tinha preconceito, complementando que preferia livros filosóficos.

Passei a meditar se a moça sabia o que realmente significa filosofia, não por desconhecimento dela em relação ao assunto, já que não posso julgá-la, mas, sobretudo, pela sua pouca idade. Achei mais um clichê* da parte dela em relação à frase, quando afirmou que não gostava de autoajuda e sim de filosofia. Ou seja, entendi que ela falou algo já bem repetido habitualmente, quando se deixa de lado a originalidade de pensamento.
Não que a moça ou qualquer pessoa não possa se interessar por filosofia. Nada contra! Percebo que é razoável que isso aconteça, já que tudo aquilo que traz conhecimento é importante. No entanto, no caso dela, pelo regular conhecimento de psicologia que tenho, a explicação foi automatizada, e notei que ela até se arrependeu da resposta.
Afirmar que não gosta de autoajuda ou de qualquer meio de estudo acadêmico e científico por simples preconceito não é a melhor forma de argumentação. E olhe que nem sou muito fã de autoajuda, mas respeito e até leio livros desse tema, assim como os filosóficos, embora não sejam os meus preferidos.
Esclarecendo os dois métodos (autoajuda e filosofia), informo que a autoajuda tem como objetivo prático “ajudar a si mesmo” a superar dificuldades e alcançar objetivos específicos, utilizando recursos interiores. Já a filosofia busca entender a realidade e questões fundamentais sobre a existência de uma forma mais detalhada. Assimilo que a autoajuda tende a simplificar ideias complexas, enquanto a filosofia parte para uma análise mais rigorosa e profunda.
A meu ver, os livros de autoajuda e de filosofia possuem pontos positivos, já mencionados acima, e outros negativos. No que tange aos desfavoráveis, acredito que os livros de autoajuda simplificam por demais a solução de algo, tornando-se um produto comercial em alguns casos, quando certos “gurus”** buscam agradar o público com explicações convenientes. Em relação à filosofia, alguns expoentes*** desta doutrina complicam em demasia aquilo que deve ser aprendido de maneira fácil e prazerosa.
Não sou adepto da autoajuda em potencial, pois testemunho que sou mais partidário da “AJUDA DO ALTO”, já que considero ser mais sábio, inteligente e seguro depender de DEUS. Esta assistência divina contrasta com a autoajuda, pois enquanto uma se baseia no socorro do Senhor frente às contrariedades existenciais, a outra se baseia na capacidade particular do indivíduo de se ajudar. Até entendo essa busca de socorro próprio, mas defendo que a efetiva solução de um problema advirá da efetiva entrega ao solucionador de tudo: DEUS. Reconhecemos que o poder para enfrentar algo que nos atinge dependerá principalmente de um relacionamento estreito com o CRIADOR e não tão somente baseado numa capacidade eminentemente humana.
Por outra perspectiva, excetuando os livros imorais e os perniciosos, devemos ler o que nos agrada, evidentemente tomando cuidado na escolha da leitura e do seu conteúdo, afastando-nos do mal. Sendo assim, continue lendo bons livros, sejam de autoajuda, filosofia ou outros quaisquer. A Bíblia aponta em 1 Tessalonicenses 5:21, que: “Examinai tudo e retende o que é bom”; ou seja, devemos sim considerar e analisar as coisas, armazenando em nosso interior o que realmente edifica do que foi lido. Contudo, coloque a Bíblia como ponto forte de leitura, pois lá está esboçada toda a fonte do conhecimento humano.
Assim, a AJUDA DO ALTO deve vir em primeiro lugar e, por consequência, a autoajuda complementará tua caminhada em direção ao SUCESSO.
 
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*Frase frequente e explorada que se banaliza por ser muito repetida; lugar-comum, chavão.

**Indivíduos que se promovem como especialistas em ajudar os outros a alcançar o sucesso em várias áreas da vida, mas frequentemente com uma abordagem que simplifica problemas complexos, focando no sucesso pessoal sem levar em conta as realidades sociais, psicológicas, espirituais e estruturais de cada um.

***Notáveis, personagens, celebridades.